setembro 22, 2010

Mundo Salgado

TODAS AS ONDAS

Eu sempre acreditei que livro não deveria ter dono. OK, assim que você o compra na livraria ele se torna seu. Você é seu dono. Mas entendo que o conteúdo ali contido não deve ser exclusivo. Sempre que acabo de ler um livro eu passo para outra pessoa que acho que deveria ler. Foi assim com a biografia do Slater, deixei com um amigo que vinha se recuperando de um acidente de moto. Foi assim com “Horror em Amtyville” quando dei a outro amigo que queria algo sobre terror.

Há um mês minha esposa e eu, estávamos mais uma vez realizando um ritual bimestral nosso. Vamos até uma livraria, munidos de três dicas e três respostas sobre o interesse do outro. Na ocasião as dicas delas eram: 1- Relacionado ao trabalho; 2- Que me abrisse novos caminhos; 3- Nada de historinhas; Sai da livraria com “A arte da guerra” nas mãos e entreguei a ela. Minhas dicas deveriam levá-la à biografia de Steve Jobs. A mente brilhante da Apple. Ao receber o livro, ainda embrulhado, percebi que não era, mas deixei-a me surpreender. Ela realmente o fez. Olhou na revista Fluir do mês anterior e viu o lançamento de “Outras ondas” de Fred D´orey. Como era um livro que também gostaria de ler, a surpresa veio de bom grado.

No início do livro pensei: “eu assino Fluir a quatro anos, vou ler as mesmas coisas?” No primeiro terço do livro, reparei que estava enganado. Na metade de “Outras ondas” eu já estava convencido de que deveria fazer este blog. Assim nasceu o “Mundo Salgado”. A idéia culminou com uma coluna de Alex Guaraná na mesma Fluir. Logo no início do blog recebi um ótimo comentário de Ana, da editora Gaya, editora de “Outras ondas” e da biografia de Slater. Neste comentário ela pediu para que eu escrevesse um post sobre o livro. Adorei a oportunidade.
Poderia aqui, estar escrevendo que o livro é excelente para quem quer viajar, pensar, ou apenas passar o tempo. Mas se ficasse preso a isso não diria que este livro é realmente a prova de que o surfe atingiu as melhores cabeças brasileiras. Não sobraria tempo também, para escrever que D´orey consegue fazer você viajar sem sair de sua cadeira. E mais. Não daria para dizer que o livro é para surfistas, não surfistas, anti-surfistas e não-surfistas que pegam onda. Pois se eu ficasse escrevendo tudo isso acima, além de ser repetitivo (muita gente já disso isso) também não sobraria tempo para dizer que ao chegar na página 267 eu resolvi não passar o livro adiante. Será o meu primeiro livro que não sairá de minhas mãos. Encaro ele principalmente como livros que possuo de design. Livros que servem como referência. Portanto devem estar ali quando você precisar deles. Após estar conversando com minha mulher sobre coisas da vida, nada relacionado com surfe, levantei e peguei o livro para ela ler alguma coluna relacionada ao nosso assunto. O que mostra que o livro realmente fala de “Outras Ondas”, ou até mesmo sobre “Todas as Ondas”.

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